segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Não canto, mas quando canto, canto para...


Não canto, mas quando canto, canto para...
nas loucuras das minhas dissonâncias musicais
abrir desejos carnais.Quando canto, canto numa loucura só
De quem não rima, e se perde num ritmo só.
Quando canto, canto para ...nos festejos dos meus enlaces
Me perder nos meus embates.
Quando canto, canto para fragmentar meus desejos ocultos  e solitários
Quando canto, canto para  não me perder nos anseios e desejos encubados
Quando vou cantando sem parar, sem melodia e sem rimar, estou desconectada
E muitas vezes encimesmada
As letras dos cantos?  sempre estão incertas? incertas para voce
Mas para mim está envolto de letras que retrata o que está em mim.
Ah...quando canto.. .se voce soubesse que quando canto
eu como , engulo e engasgo.Quando eu canto, posso cantar também meus desejos perdidos e frustados
Assim eu canto e realizo todos meus ensejos e vontades
Olha se canto, eu canto.E quem saberá o porque que canto?
Aquela música que lhe parece desencanto, é só canto por que é meu CANTO!

Fabiana Campos

CARLOS MOORE - "Bate-papo Afro" e Sessão de Autógrafos

TEMAS: ÁFRICA E PAN-AFRICANISMO/ MARXISMO E A QUESTÃO RACIAL/ MOVIMENTO DA NEGRITUDE/POLÍTICAS AFIRMATIVAS DE INCLUSÃO RACIAL

01/12/2010, QUARTA-FEIRA, 19h
Casa de Angola na Bahia
Interlocutores: Camilo Afonso (Direção Casa de Angola) e Lindinalva Barbosa (UFBA/CEAO)
Praça dos Veteranos, 5 - Baixa dos Sapateiros – Salvador, Bahia
Informações: (71) 3321-4495

02/12/2010, QUINTA-FEIRA, 20h
Nandyala Livraria & Editora
Interlocutores: Erisvaldo Santos (UFOP), Cledisson Santos Jr. (UNE/Combate ao Racismo) e Marcos Cardoso (MNU/FCRCN)
Av. do Contorno, 6.000 – Lojas 01 e 05 – Savassi – Belo Horizonte, MG
Informações: (31) 3281-5894

SESSÃO DE AUTÓGRAFOS:
- A África que incomoda, 2ª. Edição (Carlos Moore, 2010)
- O Marxismo e a questão racial (Carlos Moore, 2010)
- Aimé Césaire, o Discurso sobre a Negritude (Carlos Moore, Org., 2010)
- A África que incomoda, 2ª. Edição (Carlos Moore, 2010)
- O Marxismo e a questão racial (Carlos Moore, 2010)
- Aimé Césaire, o Discurso sobre a Negritude (Carlos Moore, Org., 2010)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Por uma literatura negra/feminina/feminista:Cidinha da Silva

LITERATURA NEGRA OU LITERATURA FEMININA? LITERATURA NEGRA E FEMININA.
            A despeito das obras Cada Tridente e O Tambor serem consideradas Literatura Negra ou literatura feminina, seguramente há evidencias de suas peculiaridades, estas que podem ser observadas na ressonância das narrativas e principalmente pelo lugar de fala do sujeito enunciador ou talvez pelos lugares de fala deste sujeito. A pluralização destes lugares não é aleatória, estou falando de uma voz feminina e de uma voz negra. Vozes duplamente subalternizadas.
O que se observa é que ambas as vozes procuram “atingir” uma sociedade fundada no machismo e no etnocentrismo. No caso do sujeito feminino, a quebra de paradigmas reside na presença da mulher na literatura, fato que por si só já subverte valores dominantes. Porém a diferença, sobretudo, está no tema usado por estas mulheres, pois segundo Coelho (1993, pp. 22, 24):

Na nova ficção feminina, o amor [...] deixar de ser o tema absoluto para ceder lugar às sondagens existências, ao ludismo da invenção literária, às fantasias intertextuais ao questionamento político à redescoberta do mito ou da história [...] desenvolvendo-se em diferentes chaves, essa produção ficcional mais recente revela uma mulher que interroga as realidades: que busca e luta com a palavra no enlaço de um novo conhecimento do mundo e dos outros.

Esta observação de Coelho leva-me a ressaltar a inexistência de um “discurso essencialmente feminino”. Afinal, já estão cada vez mais explícitos os papéis e representações que as escritas femininas, nos últimos anos, vêm reconfigurando, seja por meios sociais, políticos, históricos e/ou culturais. Isto, sem dúvidas, serve para criar uma literatura mais polifônica, multifacetada e democrática. SegundoHollanda (1998, p.12):
À distancia, a produção poética contemporânea se mostra como uma confluência de linguagens, um emaranhado de formas e temáticas sem estilos ou referências definidas. Nesse conjunto, salta aos olhos uma surpreendente pluralidade de vozes, o primeiro diferencial significativo dessa poesia.

            Estas confluências mais significativas no âmbito da literatura estão ligadas ao crescente interesse desde a década de 70 pela produção literária feminina, mas também da Literatura Negra. Segundo Kennedy (1988, p.219), neste período o Brasil presencia um crescimento explosivo na criatividade literária, bem como o aparecimento de inúmeros escritores negros. Retifico que não foram apenas escritores, uma vez que o movimento feminista está ressurgindo com força significativa. Apareceram também, no cenário da literatura brasileira, escritoras das quais muitas eram negras. Segundo Barbosa (1985, p.51),  

[...] a existência de uma literatura negra é posterior à existência de uma consciência negra [...] A arte do oprimido, quando este se dá conta do seu papel como agente histórico é, em sua essência, transformadora, pois o oprimido é o agente social que não tendo mais nada a perder não se vê comprometido inteiramente com esta sociedade e assim é o único que pode transformá-la. Desse desejo de transformação que surge a transformação das formas e como conseqüência a forma de uma “literatura negra”.

Para Coelho (1993, p.12) em Literatura Feminina no Brasil Contemporâneo:

[...] a preocupação especial que a literatura feminina vem despertando nos leitores e nos estudiosos se liga ao fato de que a metamorfose-em-marcha no mundo de hoje tem na mulher a pedra-de-toque.Já se sabe à saciedade que entre as grandes revoluções inovadoras a que nosso século vem assistindo e que arraiga na transformação do mundo feminino é das mais decisivas,pois atinge as bases do próprio sistema de relações vigentes no mundo civilizatório que herdamos.


Desta forma, por que não analisar os textos de autoria de Cidinha como uma literatura feminina, feminista e negra? Uma vez que as mulheres negras começam a alcançar espaços na literatura feminina e também feminista, por se proporem no âmbito da Literatura Negra, a quebra da hegemonia masculina, Figueiredo (2008) afirma, “sexo, raça e classe são subprodutos de um mesmo discurso que visa legitimar práticas de dominação masculina racial e de classe, nas sociedades ocidentais”. Todavia, Cidinha da Silva deixa a entender em vários momentos de suas narrativas que estes indivíduos que sofrem injustiças sociais, se negros, têm essas práticas indiscriminadamente mais acentuadas; se negra e mulher se acentuam mais ainda.

            Entendo que enquanto literatura das margens, a obra de Cidinha da Silva é parte de uma presença feminina na literatura brasileira geral, e esta literatura pode assim ser descrita como uma literatura feminista e também negra, uma vez que a autora deixa a entender que é consciente do que se refere Saffioti (2002) quando diz que “[a] ordem das bicadas na sociedade humana é muito complexa, uma vez que resulta de três hierarquias/contradições: de gênero, de etnia e de classe”. Quando caracterizo  a escrita da autora para uma Literatura Negra/feminista, parto do princípio de que ambas são marcas identitárias afirmativas que se pretendem, através do fazer ficção, permitir “novas dicções de gênero e raça, mais soltas e mais experimentais” por meio da literatura.
Fabiana Campos
         

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A cibercultura e o acesso a formação stricto sensu

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Fazendo uma reflexao a cerca da educação contracenando com a tecnologia, começo a pensar na difuculdade e na demora que era iniciar e/ou concluir uma formação strictu sensu, no passado.É claro e evidente que o avanço da tecnologia, acredito, que seja o maior causador da linha tênue entre a graduação e a pós strictu sensu, na contemporaneidade.Por exemplo, hoje, comumente encontramos pessoas que nem conseguem “respirar” ao fim de uma gradução e logo estão  no mestrado e quando menos se espera, no doutorado.Coisas que a alguns anos atrás nao encontrávamos tão facilmente.Acredito que tudo  isso tem sido possíbilitado por cuasa do que Pierri (1999) chama de “mutações do saber”, os sistemas de educação estão sofrendo hoje novas obrigações de quantidade, diversidade e velocidade de evolução dos saberes. Mas e aquela história do absoleto?.Qual o tempo que  está sendo dado para um armazanamento maior destas informações, do conhecimento etc. como outrora ocorria? Na cibercultura podemos encontrar grande parte da resposta de como se dá o armazenamento destas informações recebidas hoje e muitas vezes  renovadas no próximo dia.Pode parecer exagero, mas acredito que é desta forma que está acontecendo.Por que eu passaria horas armazenando informações, com  era dos hipertextos, micro-memórias e outros. Para Pierre (1999) o que deve ser aprendido não pode mais ser planejado, nem precisamente definido de maneira antecipada. Há controvérsias  a respeito deste não planejamento, pois entendo que a nova era educacional nao precisa eliminar em sua totalidade às práticas  anteriores. Todavia, acredito que é possível  um ponto de equílibrio entre os tempos modernos e o de outrora. Afinal, parte do conhecimento, principalmente ciêntifico que adquirimos ao longo da vida, apesar de seus pontos conflitante que, diga-se de passagem, nao cabem mais no mundo moderno contemporâneo, teve seu lugar.No entanto, a modernidade está aí.Nao podemos fechar os olhos para isso e, a educação brasileira precisa encontrar ponto de equilibrio entre a velharia educacional e a cibercultura, se é que ele existe.
Fabiana Campos

Referencia:


Leitura básica 2: LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999. Cap 10

domingo, 21 de novembro de 2010

A internet : sua aliada e nao um bicho papão.

 
Nós professores ou futuros professores precisamos estar incessantemente em busca de aliados para o bem fazer educacional.Este bem fazer , compreendido como numa relação de troca constante com os alunos. Contribuindo desta forma  para a formação de visao crítica e de sujeito ativo socialmente.Hoje, um dos espaço de interatividade mais utilizado pelos estudantes é  a internet.Uma vez que a internet é o espaço tão acessado por nossos alunos, como pode nós professores nos abster de conhecer ? Navegar pelo desconhecido não é uma tarefa muito fácil, afinal de contas o novo muitas vezes nos amedronta, mas é preciso compreender que:
as ferramentas disponíveis no ciberespaço (e-mail, www, chats, muds, simulações) estimulam de certa maneira um comportamento hipertextual, seja da parte dos professores, seja da parte dos alunos. Esse comportamento corresponde à passagem da forma um-todos de transmissão de informações (emissor-massa/ professor-alunos) para um sistema pedagógico de tipo todos-todos (emissor é receptor e vice-versa; professor é orientador/problematizador e o aluno é mais autônomo)”
O fazer deste Blog, por exemplo é, certamente a quebra de parte de um bloqueio de “resistência” à tecnologia e, obviamente, uma tomada de consciência que do ciberespaço não temos só o que retirar, mas também socializar informações, a partir de trocas constantes, faz toda a diferença.Como nós professores queremos facilitar o crescimento intelectual e outros da vida dos estudantes sem nem mesmo termos abertura para interagir com o espaço mais visitado por eles? As novas configurações moldais de ensino também é um desafio para o professor,  a exemplo da  Educação à Distancia (EAD). Esta é uma prova de que a internet torna-se cada vez mais um ciberespaço indespensável para  a educação. Desta forma, inferimos  que a a modalidade de ensino EAD deixará  cada vez mais o mercado  a procura de profissionais capacitados e abertos para a interação com o Ciberespaço, pois enquanto nao houver uma compreensão e, mais do que isso, uma ato de prontidão para desafiar as amarras de resistência à tecnologia, a  “interatividade, navegabilidade, intra-textualidade, inter-textualidade, multivocalidade, sem falar logicamente da parte estética”, estará comprometida.

Fabiana Campos

Referência:

LEMOS, André ; CARDOSO, Claúdio; PALACIOS, Marcos.Uma sala de aula no ciberespaço: reflexões e sugestões a partir de uma expereriencia de ensino pela internet.



http://www.andrelemos.info/artigos/sala.htm

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Essa "onda" de "mulher burra" é um perigo!

DESCONSTRUINDO A “BURRICE”
Desconstrução é algo latente na contemporaneidade, via de regra, não é um modismo como muitos argumentam, mas entendo como uma luta continua contra as relações de poder que urdem na sociedade.O site muleburra.com, por exemplo, traz um aspecto construído ao longo de séculos, a idéia de que a mulher no seu aspecto mais natural, é burra. Este discurso certamente está alicerçado na dialética da, também construída, inteligência masculina naturalizada. Gostaría, também, de levantar uma demanda que consideramos importante, a questão da reiteração da mulher como burra.Esta problemática não será discutida aqui, mas ressalto o risco da reiteração deste discurso. Entretanto as autoras do muleburra.com acabam por mexer um pouco com este aspecto, mas, ironizando: se as mulheres são burras de fato, elas o são pela “paixonite” pelo  público masculino.No caso das burraldas, é perceptível a ligação indireta com o discurso feminista, pois entendo que, quando as mesmas resolvem por meio da linguagem, do texto, falar deste “universo feminino” que assombram as mulheres, a desilusão amorosa, por exemplo, podemos afirmar os mecanismos de resistência destas mulheres, uma vez que elas se utilizam da palavra, do discurso, algo que historicamente estava sob o domínio do sexo masculino.Assim no artigo intitulado “Comunidades de práticas: Lugar onde co-habitam linguagem, gênero e poder”,  traduzido por Ostermann e Fontana, ECKERT e MCCONNELL-GINET, (2010, p.93) diz, “por um lado, a linguagem tem sido vista como suporte da dominância masculina; por outro lado tem sido considerada como recurso para as mulheres que resistem à opressão ou perseguem seus próprios projeto e interesses”. Bakhtin(2003, p.) defende, ainda que: “todo os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem”. O que é importante pensar é que as internautas mesmo quando voltam-se  para o site tentando achar respostas para perguntas que parecem tão obvias, mas por causa da burrice que as acomete ficam impossibilitadas de enxergar o óbvio,  neste momento entram as autoras. “Aqui a gente responde tudo que você sempre quis saber, mas sempre teve medo, e vergonha, de perguntar”. Observemos, ainda, como a forma hilária dos argumentos das autoras dialogam com o que está aí há mais de séculos, a repressão em torno da mulher.Deste modo,pensar as questões de gênero na sociedade é pensar uma das formas de fundação desta mesma sociedade.Ou talvez a questão de gênero esteja em todas as situações sociais, podendo ela aparecer de forma forjada , implícita ou até mesmo explicita.Pensar por este ângulo é possível quando identificamos uma sociedade escriptocentrada ligada diretamente ao androcentrismo. O risco, porém, é que a verdadeira eficácia e a seriedade dessa interação são extinguidas quando isolamos sem discernimentos crítico, o gênero e o discurso, dos exercícios que envolvem a sociedade, nas quais são conjuntamente produzidos e se mesclam com outros fenômenos simbólicos sociais, como bem argumenta Saffioti (2002), “Não apenas no que concerne a relação de gênero,mas também atingindo as interétnicas e as de classe; pode-se afirmar que mecanismos de resistência estão  sendo alcançados com maior ou menor êxito”.

Fabiana Campos


 MULÉ É UM BICHO BURRO MERMO!” COMO ASSIM? Breve análise do site muléburra.com. Fabiana Campos dos Santos. (Parte) do trabalho apresentado à  disciplina gêneros textuais em Língua Portuguesa orientado pela Profª Dra.Edleise Mendes

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

MINICURSO LITERATURA AFRO-BRASILEIRA: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

(Coordenação grupo de pesquisa EtniCidades: escritoras/es e intelectuas afro-latinas/os)  
ONDE: Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO – UFBA) - Pç. Inocêncio Galvão, 42, Largo Dois de Julho, Salvador -Ba

QUANDO: 08 a 11 de Novembro
HORÁRIO :  DAS 18 ás 20 h

ABORDAGENS:

Literatura Negra - Profª Drª Florentina Souza & Letícia Pereira (Mestra em Letras)

Literatura infanto-juvenil – Profª Elisa Silva (Mestranda em Literatura infanto-juvenil – UFBA) & Profª Ana Maria Carmo (Graduada em Letras Vernáculas – UFBA)

Literatura e mulher - Profª Francineide Palmeira (Doutoranda em literatura feminina afro-latina – CEAO/UFBA) & Fabiana Campos (Graduanda em Letras Vernáculas – UFBA)

Literatura e religião africana – Profº Márcio Araujo (Graduado em Letras Vernáculas – UFBA), Profª Valdineia Santana (Graduada em Letras Vernáculas – UFBA) & Uilians Souza (Graduando em Letras com Inglês - UFBA)



Inscrições: R$ 10,00 (vagas limitadas)

Enviar e-mail com nome completo para:

literafro.praticaspedagogicas@gmail.com

Será emitido certificado de participação.


Atenção: o minicurso será voltado para as práticas de ensino da Cultura e História Afro-brasileiras com base na Lei 10639. Por isso, convidamos os professores das escolas públicas e todos os interessados em participar.



Organização: Projeto EtniCidades: escritoras/es e intelectuais afro-latinas/os